sexta-feira, 30 de março de 2007

Chapa-Branca

Uma TV pública nacional é o debate da vez. A posse de Franklin Martins como ministro de Comunicação Social incendiou a polêmica sobre a nova idéia "cidadã", "popular" e "democrática" do governo Lula. O objetivo do governo, segundo o discurso do presidente, é " dar oportunidade para um jovem que queira aprender português possa ter aula de português às nove horas da manhã. às onze horas da manhã. Que a gente possa ensinar espanhol, ler inglês, que a gente possa ensinar matemática. Que a gente possa ter uma imensa atividade cultural ". Um discurso recheado de boas intenções como vemos.

Mas me parece estranho está nova tacada do governo na área da comunicação. Depois de perder o foco dado pelo lançamento da TV Digital, o que ninguém mais ouviu falar e que deve ter sua implementação bem atrasada, o governo Lula volta a carga na área da comunicação com um projeto que deve consumir R$ 250 milhões de dinheiro público só nos primeiros 4 anos. E a idéia não é tão nova assim.

Em junho do ano passado, na assinatura do decreto sobre a adoção do padrão japonês para TV digital no Brasil, Lula já falava da nova TV pública. E não apenas em um canal.
" - O governo planeja criar quatro novos canais públicos de televisão com a implantação do sistema brasileiro de TV digital.". Vou repetir: quatro novos canais. E ainda, naquela ocasião já exaltava os benefícios para a população dos canais de televisão pública.
"- Eles serão um espaço garantido para a transmissão de programações alternativas, e voltadas para a educação, a cultura e a cidadania .
Ontem, na posse do novo Ministro de Comunicação Social, Lula só repetiu o discurso. A diferença está na maquiagem e no status da "nova" idéia. E aí é que mora o perigo.

Me parece claro que a televisão pública proposta ontem tem como foco destacar os feitos do governo de forma camuflada e pintando o executivo de cores alegres e populares. Não dá para acreditar que a posse de um jornalista político como Franklin Martins tenha como intenção fazer televisão educacional. Isso é óbvio. Inclusive Lula já se defendeu antes mesmo de colocar o primeiro programa no ar.
" - E que não seja uma coisa chapa-branca. Porque chapa-branca parece bom, mas enche o saco. Gente puxando o saco não dá certo. Temos que fazer uma coisa séria. Não uma coisa para falar bem do governo ou para falar mal do governo. Uma coisa para informar ".

O termo chapa-branca tem o sentido de representar coisas ligadas ao poder ou a ele vinculadas por ideologia, interesses ou algo inconfessável, sem que, necessariamente, coincidam com a vontade ou com as necessidades da nação. Vem das placas brancas dos automóveis do governo.

Lula já vem perdendo espaço e apoio nas TV abertas há um bom tempo. Os escandalos do mensalão, as presepadas do PT e agora o apagão aéreo estão tirando espaço das notícias positivas do governo. A solução seria abrir espaço com uma TV pública nacional que dê amplo apoio ao governo e seus feitos. E para conduzir isso nada melhor do que um dos jornalistas mais chapa-branca disponíveis no mercado. Se não bastasse apenas o ministro das Comunicações Hélio Costa, agora temos Franklin Martins.

Mas o Lula garante que a TV pública não será chapa-branca.

Tá bom presidente, agora conta aquela em que a chapeuzinho vermelho (com a estrela no peito) comeu o Lobo.

segunda-feira, 26 de março de 2007

E Simples

Aqui deixo uma dica de programa para que quer re-criar sua vida. O Espetáculo teatral É Simples volta a cartaz dia 18 de abril, às 20h30min, no Teatro Amrigs, em Porto Alegre.
A peça “É SIMPLES” mostra como a protagonista “Vida” passa pelas diferentes fases de sua vida, como vai registrando as informações apreendidas no seu cérebro e como estas se cristalizam em atitudes e traços de personalidade.
Os atores contracenam com o telão ( material de multimídia), que vai mostrando como o cérebro funciona e o resultado que as informações recebidas, via percepção e pensamentos, produzem no estado emocional e comportamental.
A peça é um método inovador para produzir mudanças comportamentais e motivacionais.
A parte multimídia é produzida por mim. Vale a pena conferir.
Abaixo coloco o vídeo promocional da peça que tem como um de seus públicos empresas interessadas no treinamento e motivação de funcionários.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Fifi e os Floriguinhos

Sentar no sofá para assistir televisão tem se tornado um exercício de peciêcia. Ontem durante a madrugada, enquanto esperava o computador processar uns vídeos, fui para frente da TV. Entre os várias programas reprisados, o filme do Intercine e o Fala Que Eu Te Escuto, me deparei com mais uma festa ao vivo do Big Brither 7. Não aguentei. É triste reconhecer que perdi um minuto com aquilo. Talvez precise fazer uma auto-análise. Zapiei rapidamente e minha atenção foi tragada por um programa bem mais interessante: Fifi e o Floriguinhos.

Para quem nunca teve a oportunidade de conhecer Fifi e o Floriguinhos, é uma animação em massinha de modelar em que uma simpática florzinha, a Fifi, se envolve em tarefas simples com suas amigas e em especial com seu amiguinho Própolis, uma abelha meio atrapalhada. Diante das tarefas, Fifi mostra como devemos cuidar das plantinhas, da natureza e como se deve tratar os amigos. O carater educacional de Fifi é que me surpreendeu, fora o cuidado técnico impecável da produção. Não cabe aqui comparar Fifi e o Alemão do BBB 7 (não existe parâmetro, a Fifi é muito melhor), mas fica latente a comparação entre o que está disponível para o grande público e o que está na TV a cabo ou por satélite.

Fifi e os Floriguinhos faz parte da programação do Discovery Kids, canal infantil de desenhos e animações para crianças, principalmente de 0 a 6 anos, que tem ainda os Rubbadubbers, o Zoboomafoo, o Boo!, entre outras atrações. É a TV responsável, inteligente e com conteúdo educacional. Para mim, Fifi foi a salvação da madrugada. Aprendi que as plantinhas não podem ser arracadas, que não devemos sentar no sofá com a roupa suja e que é muito feio chegar atrasado.

Por outro lado me surpreendo cada vez que vejo pessoas conversando e tomando posição com relação a atuação dos participantes do Big Brother. Pior são as outras emissoras que usam seu espaço para debater o BBB, caso da Rede TV.

Para quem continua preocupado com o próximo paredão e as falsas intrigas de Alemão e companhia, aqui vai meu conselho: Assista Fifi e os Floriguinhos. Você pelo menos não vai esquecer os bons modos.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Tive Sorte!

Não consegui ver o jogo do Inter ontem contra o Velez. Ainda bem, tive sorte. Antes do jogo, ouvi pelo rádio que o Inter teria Michel como titular no lugar de Pato. Bom, depois dessa pouca coisa resta para explicar o total fracasso. É fácil explicar e acredito que todos sabem que com o time que Abel Braga inventou em campo a derrota era inevitável. Faltou meio campo e respeito ao adversário. Uma dose de receio não faz mal a ninguém. Sobram arrogância e soberba da direção colorada que acredita que este time é capaz de conquistar títulos. O Inter da Libertadores 2006 era muito superior ao de 2007. O técnico era o mesmo mas ano passado ele acreditava que seu time era inferior ao outros e tomava cuidados defensivos. Agora...bem, agora ele pensa que Michel ainda vai arrebentar com o jogo. Por enquanto Michel só arrebentou a paciência do torcedor do Inter.

O que resta agora para o Inter é o Campeonato Brasileiro que começa em maio. Libertadores e gauchão foram para o saco.

quarta-feira, 14 de março de 2007

E as obras do Pan?

Sabe aquelas coisas que ninguém nunca viu? Enterro de anão, ex-gay, e por aí vai? Nesta categoria a gente pode incluir as reportagens da Rede Globo sobre o andamento das obras do Pan. A única referência sobre o assunto é de algum dirigente do COB ou do Ministério dos Esportes dizendo que tudo será entregue a tempo. O "entregue a tempo" se refere a um dia antes da abertura do Pan ou da realização das provas?
Palavras como prazo e orçamento não existem mais no vocabulário dos organizadores dos Jogos Panamericanos 2007. Aposto, mas não torço, que este Pan será um fiasco e uma baderna. O Rio de Janeiro mostra, mais uma vez, que não é sério, ou faz de tudo para não ser. Culpa de seus governantes? Sim, são folclóricos e incompetentes, vivem de um glamour a muito tempo decadente. Culpa do povo carioca? Em parte sim por eleger seus governantes e acreditar que o Rio de Janeiro é lindo e isso basta.
O Rio é uma das cidade mais linda do mundo, tem um povo alegre, simpático, original, mas que não cobra mais eficência, cumprimento das leis, respeito de seus governates e nem de seus pares. No Rio tudo pode, tudo é relativo, tudo é normal.
A Rede Globo tapa o sol com a peneira e tenta empurrar goela abaixo da população brasileira que o Pan será uma maravilha para a cidade do Rio, tudo dará certo na hora certa. A frase que está escondida no noticiário esportivo sobre o Pan é: "na hora a gente vê...". Quando chegar a hora será tarde de mais. Com atrasos e orçamentos estourados em 600%, o Pan está mais para escândalo do que para esporte.

Se preparem para um show de mentiras e abafamentos. O pior do Rio estará em cartaz no Pan 2007.

quarta-feira, 7 de março de 2007

FREE HUGS

A campanha do Free Hugs tomou conta de vários países. É só dar uma olhada no Youtube e ver a campanha na Coréia, Espanha, Holanda, Venezuela, entre outros. Uma idéia simples e muito legal que serve para pensar como estamos distantes uns dos outros. Nesse tempo de violência um gesto tão fácil pode contaminar. E tomara que contamine.

Reproduzo um e-mail que recebi hoje. Leia e depois assista o clip:

"Há um ano, Juan Mann era só um homem estranho que ficava parado no PittStreet Mall em Sydney, Austrália, oferecendo abraços de graça para as pessoas que passavam pelas ruas. Um certo dia, Mann ofereceu um abraço a Shimon Moore, o líder da banda Sick Puppies e, desde então se tornaram bons amigos. Moore decidiu gravar Mann fazendo sua campanha por "Free Hugs".

Na medida em que o Free Hugs atingia proporções maiores, o conselho da Cidade tentou banir a campanha . Então Mann e seus amigos fizeram uma petição com mais de 10.000 nomes apoiando a campanha do abraço de graça.
Quando Mann morreu, Moore decidiu mixar o vídeo que ele tinha feito do Free Hugs com a música All the Same, que ele havia gravado com a sua Banda Sick Puppies.

Vale a pena conferir o video. Um filme que apresenta uma verdadeira história que inspira humanidade e esperança. Algumas vezes um abraço é tudo de que precisamos. Free Hugs é uma história real, sobre um homem que acreditava que sua missão era trazer alegria na vida das pessoas através de um abraço."

Note que o video é em pb e só ganha cor após Juan Mann receber o seu primeiro abraço."

Piada carioca

Parte da imprensa carioca adotou Obina. Todo futebol do Rio tem como centro Obina. Obina agora virou referência. O "craque" é consultado sobre os mais diversos assuntos desde a lesão de Nilmar até quem deveria deixar a casa do BBB. Não passa um dia sem que Obina figure na capa da Globo.com como destaque. O joelho de Obina é a nova febre carioca. Daqui a pouco vão lançar o bonequinho do Obina com o joelho inchado.

Mas nada pode ser mais ridículo do que se referir ao jogador como o Anjo Negro. Está lá na matéria do Globo.com:

"Mal se acostumava com a operação no joelho esquerdo, Obina teve um desestímulo no fim de semana ao assistir à nova lesão de Nilmar. O Anjo Negro confessa que acusou o golpe.
- Poxa, estou na primeira cirurgia e vi um lance tão triste... Fiquei abalado."

Anjo Negro é demais para mim...

Imprensa e seus culpados

Desta vez as chuteiras são as culpadas pelos problemas que afligem o futebol brasileiro. Mais especificamente o Flamengo do "craque " Obina, o rei da mídia carioca. Com as lesões de joelho de Obina, Nilmar, Kerlon, Alemão, todas na mesma semana, a imprensa saiu a busca de respostas para um problema tão comum em se tratando de um esporte de alta exigência física. Sem analisar profundamente cada caso e buscando na generalização a resposta, a culpa caiu sobre as chuteiras e seus fabricantes, "gente da pior espécie que só pensa no lucro em detrimento do esporte" como alguns já pensam por aí.

Ora, as chuteiras de hoje são exemplos de pura tecnologia. Leves, bonitas e personalizadas, buscam aprimorar o desempenho do atleta. Afirmar que o tipo de trava não é adequado e que prende o pé do jogador na grama no momento do giro é simplismente dar uma resposta rápida, sem conhecimento e sem provas. A imprensa deveria também analisar os gramados brasileiros, o tipo de preparação física dos clubes, a condição atlética dos jogadores, o lance que ocasionou cada lesão antes de dar um veredito. Uma lesão grave como a de joelho poderia ser causada por vários fatores. O fato de vários jogadores terem o mesmo problema num espaço de tempo tão curto não significa que a causa seja a mesma. Coincidências acontecem.

Culpar a chuteira é dar uma resposta simplista e sem critério. Mas esse é um problema crônico de nossa imprensa. Eu não acredito.
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